Glossário dos Livros Sagrados de Thelema

AA: estas são as iniciais da Ordem iniciática fundada por Aleister Crowley e George Cecil Jones em 1907, baseada na estrutura da Ordem Hermética da Aurora Dourada. Estas iniciais também podem se referir apenas à terceira das subdivisões da Ordem, que é equiparada à “comunidade iluminada que está espalhada por todo o mundo, mas que é governada por uma verdade e unida em um espírito” que é a fonte de todas as diversas manifestações religiosas e espirituais do planeta. Crowley nunca revelou abertamente o significado das iniciais, mas em uma carta críptica enviada para Charles Stansfeld Jones em 8 de outubro de 1917, ele afirma que “as letras na verdade significam Estrela de Prata em latim”, sem explicar a grafia exata.

Abadom: do hebraico אבדון (“destruição”) é um termo bíblico usado tanto para denotar um abismo sem fundo quanto o nome do anjo e rei que ali vive.

Abrahadabra: a palavra do Æon de Hórus, que segundo Crowley, significa “A Grande Obra realizada”. Note que a palavra contém 11 letras (“Meu número é 11, como todos os seus números que são de nós” – Liber Legis I:60), sendo 5 A’s – o pentalfa – e 6 outras letras. O valor de sua transliteração hebraica (אבראהאדאברא) é 418.

Abissínia: nome de um império africano que ocupava os territórios da atual Etiópia e Eritreia.

Abstrução: um neologismo que Crowley sugere ser uma contração das palavras “abstração” e “construção”.

Adepto [menor, maior, isento]: vide Adeptus Minor, Major ou Exemptus, respectivamente. Estes são os três graus do colégio interno da A∴A∴.

Adeptus Exemptus: do latim “adepto isento”, é o nome dado ao grau 7=4 da A∴A∴. Aqui o adepto completa todas as matérias dos graus prévios com perfeição e decidirá se: a) “se torna um Irmão do Caminho da Mão Esquerda” ou b) “é despido de todas as suas consecuções, bem como de si próprio, e até mesmo de seu Sagrado Anjo Guardião, e torna-se um Bebê do Abismo, que, tendo transcendido a Razão, não faz nada senão crescer no útero de sua mãe”, até que ele “encontra a si como um Magister Templi”.

Adeptus Major: do latim “adepto maior”, é o nome dado ao grau 6=5 da A∴A∴. Aqui o adepto “obtém um domínio geral da Magia prática; embora sem compreensão”.

Adeptus Minor: do latim “adepto menor”, é o nome dado ao grau 5=6 da A∴A∴. Este grau é subdividido em duas partes, a externa onde se espera “que realize a Grande Obra e alcance o Conhecimento e Conversação do Sagrado Anjo Guardião” e a interna onde o adepto é “admitido à prática da fórmula da Rosa Cruz ao ingressar no Colégio do Espírito Santo” e onde “deve ser um mestre do Dhyāna”.

Adonai: do hebraico אדני (“meu senhor”). Ao ler o Torá, era comum substituírem a leitura da palavra יהוה (“Javé” ou “Jeová”) por Adonai. Na literatura thelêmica, esta palavra frequentemente é usada como sinônimo de “Sagrado Anjo Guardião”.

Æon: palavra em latim que significa “era” ou “eternidade”. De acordo com Thelema, vivemos agora no novo Æon de Hórus inaugurado no dia 21 de março de 1904, a era da criança coroada e conquistadora, do antropocentrismo. Antes estávamos no Æon de Osíris, das divindades mortas e ressuscitadas, do teocentrismo, do medo da morte. Cada Æon dura aproximadamente dois mil anos, o tempo de uma precessão dos equinócios. Éon também pode ser o nome dado às emanações que surgem da divindade no Gnosticismo.

Afrodite: deusa grega do amor, da beleza e da sexualidade, equivalente à Vênus romana.

Ahathoor: forma alternativa da palavra “Hathor”, do egípcio ḥwt-ḥr (“Casa de Hórus”). Na mitologia egípcia, era a deusa da alegria, do amor e da maternidade; em algumas lendas uma filha de Rá, em outras a esposa de Rá ou de Hórus. Geralmente retratada como uma vaca ou como uma mulher com chifres ou cabeça de vaca. Na literatura thelêmica, é a deusa associada ao sol do meio-dia.

Aiwass: nome da entidade præter-humana que anunciou ser o ministro de “Hoor-par-kraat” e ditou o Livro da Lei para Aleister Crowley nos dias 8, 9 e 10 de abril de 1904. Mais tarde Crowley o identificou como seu próprio Sagrado Anjo Guardião. Inicialmente, ele deduziu que a grafia hebraica de Aiwass seria איואס, com o valor de 78, porém em 1918, após conhecer o tipógrafo Samuel Aiwaz Jacobs, descobriu que a grafia hebraica correta era עיוז, com o valor de 93, mesmo número da palavra Thelema. Outra grafia alternativa em grego é Αιϝασς, com o valor de 418, mesmo número da palavra Abrahadabra.

Al A’in: é possível que a origem deste termo seja o árabe ٱلْعَيْن‎ (“o olho”) ou o hebraico אל עין, também referindo ao arcano do Tarô “O Diabo”.

Amennti: outro nome para “Duat”. Vide “Duant”.

Amon-Ra: do egípcio jmn r (“sol oculto”), é a fusão das divindades egípcias Amon (em algumas representações o deus do vento, da criação ou o rei dos deuses) e Rá (o deus solar, consulte o termo a seguir).

Amrita: do sânscrito amṛta (“imortalidade”), é a água da vida, a bebida das divindades hindus.

Ankh-af-na-khonsu [Ankh-f-n-Khonsu]: transliteração do egípcio ꜥnḫ-f-n-ḫnsw (“aquele que vive para Khonsu”), era o nome de um sacerdote do deus Mentu que viveu em Tebas por volta 725 a.C. Nos dias que antecederam a recepção do Livro da Lei, Aleister Crowley e sua esposa Rose Edith Kelly visitaram o museu egípcio do Cairo, onde ela apontou como fonte da comunicação espiritual o deus Hórus retratado na estela funerária de Ankh-af-na-khonsu (conhecida entre os thelemitas como “Estela da Revelação”). Crowley encomendou uma tradução dos hieróglifos da estela para o francês, que ele posteriormente parafraseou para o inglês. Alguns trechos da estela foram inclusos no Livro da Lei.

Anjo: em algumas culturas, especial nas religiões abraâmicas, são criaturas divinas que personificam o bem e o que é sagrado. Na Cabala, fazem parte de um nível específico na hierarquia de entidades espirituais, tendo sua morada no Mundo Formativo que antecede o Mundo Material. Na literatura thelêmica, as vezes é utilizada como uma forma resumida de “Sagrado Anjo Guardião”.

Apep: do egípcio ꜥꜣpp; também conhecida como Apófis, era uma divindade egípcia associada às trevas e à desordem, que possuía a forma de uma serpente gigante. Todas as noites, quando o deus solar Rá se põe, Apep tenta derrubá-lo de sua barca para devorá-lo, porém seus esforços são frustrados pelo deus Set que o defende. Vide “Tifão”.

Ápis: do egípcio ḥjpw, em alguns cultos um deus-touro que poderia ser a reencarnação de Osíris, noutros o nome dado a um touro sagrado que seria sacrificado ritualisticamente.

Apolo: deus grego e romano música, dança, profecia, beleza, cura, luz, dentre outros atributos positivos. Era considerado o mais belo dos deuses.

Ararita: transliteração do hebraico אראריתא, que é um acrônimo da frase אחד ראש אחדותו ראש יחודו תמורתו אחד, cuja tradução aproximada é “Um é o Seu Começo; uma é a Sua Individualidade; Sua Permutação Uma”. Esta frase ocorre em um texto clássico da Cabala, Pomar de Romãs, de Moses ben Jacob Cordovero. A palavra mágica אראריתא é utilizada em alguns rituais thelêmicos associados às forças dos planetas astrológicos.

Arcanjo: uma hierarquia superior de anjos, que na Cabala viveriam no Mundo Criativo. Vide “Anjo”.

Arimã: o deus maligno da escuridão, morte, destruição e desordem no zoroastrismo, em eterna luta com seu gêmeo do bem, Ormasde.

Asar: transliteração alternativa de “Osíris”; vide este termo.

Asi: transliteração alternativa de “Isis”; vide este termo.

Astor: uma espécie de cabra-selvagem-paquistanesa, que possui chifres largos e retorcidos em muitas curvas.

Babalon: uma divindade thelêmica introduzida em A Visão e a Voz, chamada de “Mulher Escalarte”, “Mãe de Abominações”, “Prostituta da Babilônia”, dentre outros nomes, retratada como uma mulher segurando o Santo Graal e cavalgando a Besta. A alusão é à figura bíblica da prostituta do Apocalipse, que monta a besta e está embriagada com o sangue dos santos. A esposa de Caos. Vide “Mulher Escarlate”.

Baco: deus grego do vinho, dos pomares, da embriaguez e festividade. Equivalente ao deus romano Dioniso.

Bahlasti: em um comentário sobre o Livro da Lei, Crowley deduz que “pelo som, Bahlasti sugere ‘golpear ou ‘explodir’”.

Baphomet: figura que os Cavaleiros Templários foram acusados de adorar durante a inquisição. Uma das suposições é que o termo seria usado para denotar Maomé. Popularizado no ocultismo por Eliphas Levi em 1856, ao desenhar a figura do “Bode Sabático” e chamá-la de Baphomet em seu livro Dogma e Ritual de Alta Magia. Crowley utilizou o nome mágico de Baphomet como líder da Ordo Templi Orientis.

Besta: ao receber o Livro da Lei, Crowley foi identificado como o “sacerdote-príncipe a Besta”. O termo alude à Besta do Apocalipse, que anuncia a derrocada do cristianismo e o surgimento de uma nova era. Crowley assumiria o nome mágico de Frater To Mega Therion (do grego Το Μεγα Θηριον, “A Grande Besta”, cujo valor numérico é 666) para seu trabalho no Grau de Magus 9=2.

Bennu: uma garça divina da mitologia egípcia, que as vezes era identificada como a alma (ba) de Rá ou de Osíris.

Bes-na-Maut: o pai de Ankh-af-na-khonsu de acordo com a Estela da Revelação.

Buda: Sidarta Gautama (563-483 a.c.), um príncipe da região sul do Nepal que se dedicou à busca espiritual, alcançou o Nirvana e ensinou suas doutrinas que hoje chamamos de Budismo.

Caaba: do árabe al-Kaʿbah, “o cubo”, refere-se a uma construção em forma de cubo que está localizada em uma das principais mesquitas muçulmanas em Meca, na Arábia Saudita, sendo um centro de peregrinação. É a Quibla (vide) e local mais sagrado do Islã.

Calígula: apelido do imperador romano Caio Júlio César Augusto Germânico (12-41), que cometeu vários atos cruéis e extravagantes em seu curto império. Uma de suas ações foi tentar nomear seu cavalo predileto como cônsul e sacerdote.

Caos: na mitologia grega, era o nome do estado vazio que precedeu a criação. Em Thelema, o nome as vezes é mencionado como o cônjuge de Babalon (vide) ou como o estado de paz e ausência de luz que antecede a criação, e ao qual a criação retornará.

César: Caio César, vide “Calígula”.

Chaos: vide “Caos”.

Chiano: o vinho da ilha grega de Quios, que era um dos mais premiados da antiguidade, e na mitologia grega era considerado o primeiro vinho tinto, então chamado de “vinho negro”.

Citlaltepetl: também chamado de “Pico de Orizaba”, é um vulcão e maior formação montanhosa do México, sendo também a terceira maior montanha em toda a América do Norte.

Concubina Escarlate: forma alternativa de “Mulher Escarlate” (vide).

Coph Nia: esta palavra foi preenchida a mão por Rose no manuscrito do Livro da Lei. Em um dos comentários, Crowley escreve: “Não consigo rastrear isso em lugar nenhum; mas KOPhNIA «כעפניא» soma 231, Nia é Ain «אין» ao contrário; Coph sugere Qoph «קוף». Tudo muito insatisfatório”.

Demiurgo: para Platão era o artesão divino que não criava o mundo, porém dava forma à matéria caótica pré-existente. Para os gnósticos, é uma divindade maligna, as vezes associada ao Javé bíblico, que criou a humanidade, porém busca reprimi-la e limitá-la.

Demônio: em algumas culturas, especialmente nas religiões abraâmicas, são criaturas maléficas opostas aos Anjos (vide). Sua origem etimológica é a palavra grega daimōn, que não possui conotação negativa, sendo apenas um “gênio”. Sócrates afirmava estar em contato com seu daemon pessoal, que em Thelema pode ser identificado como o “Sagrado Anjo Guardião”.

Deva: nome dado aos seres divinos ou celestiais no hinduísmo, budismo e jainismo. Por exemplo, Śiva, Viṣṇu, Brahmā etc. são devas.

Dominus Liminis: do latim “guardião do umbral” ou “residente do umbral”, é o nome do período intermediário entre os graus de Philosophus 4=7e Adeptus Minor 5=6 da A∴A∴. Espera-se que ele “demonstre maestria de Pratyāhāra e Dhāraņā”.

Druida: nome dado aos sacerdotes dos celtas, que também agiam como professores e juízes.

Duant: grafia alternativa de Duat, o submundo da mitologia egípcia, para onde vão as almas dos mortos e por onde passa a barca de Rá no período entre o pôr-do-sol e a alvorada.

Egeu: nome do mar situado entre a Grécia e a Turquia.

Eros: deus grego do amor e do sexo, equivalente ao Cupido dos romanos.

Esfinge: criatura mitológica que, para os gregos, possuía cabeça de mulher, corpo de leão e asas de águia, que desafiava viajantes desavisados com charadas, devorando-os caso errassem a resposta. A esfinge dos egípcios era caracterizada como um homem, e era visto mais como uma criatura protetora. Esotericamente falando, é uma criatura que possui cabeça humana, corpo e patas de touro, asas de águia e causa de leão, representando os quatro poderes Saber, Querer, Ousar e Calar-se.

Falútli: de acordo com Crowley em seu comentário sobre A Visão e a Voz: “É o bramido do êxtase consumado da Dissolução de qualquer símbolo por virtude do Amor. FAL é Aleph (אפל, densas trevas; פלא, a Maravilha Oculta, um título de Kether). O simbolismo completo de Aleph, 111, precisa ser estudado de maneira abrangente. Retrata especialmente as equações: Um = Zero; e Três = Um. Aleph é Iaco, Senhor do Êxtase; Harpócrates, Senhor do Silêncio: Zeus Arrhenotheleus; Bacchus Diphues, Baphomet etc. Senhor do Amor Dois-em-Um; Parsifal, O Puro Tolo, o Espírito Ambulante de Deus, que impregna a Filha do Rei. UT é o título do Sagrado Anjo Guardião nos Upanixades. Consulte também o poema ‘UT’ em The Winged Beetle. LI é ‘a mim’ em hebraico. Consulte AL I, v. 51, 53, 61, 62, 63. (L é o Atu VIII = ‎ל = a Mulher Satisfeita; I é ‎י‎, Atu IX, o Eremita). Consulte AL II, v. 24 – a Virtude Oculta que A satisfaz. ΦΑΛΥΤΛΙ = 1271 = 2542/2. 2542 = Θεληµα soletrada por completo”.

Faraó: cargo administrativo do Egito antigo, que era considerado tanto o rei quanto o líder religioso e intermediário entre as divindades e o povo.

Fênix: pássaro da mitologia grega que incendiava ao morrer, e renascia das próprias cinzas.

F.I.A.T: a palavra latina fīat significa “que assim seja”, porém como um acrônimo, é formado pelas iniciais de flātus (ar), ignis (fogo), aqua (água) e terræ (terra), ou seja, os quatro elementos clássicos dos gregos.

Gargântua: um gigante, personagem da série de livros A Vida de Gargântua e de Pantagruel de François Rabelais. Nesta obra é mencionada uma “Abadia de Thélème”, cujos habitantes não desperdiçavam tempo com leis e estatutos, mas apenas seguiam suas vontades. Na entrada da abadia, uma placa dizia “Faz o que tu queres”.

Hades: deus grego dos mortos e rei do submundo.

Hadit [Had]: grafia alternativa de Behdety, o “Hórus de Behdet”, nome dado ao disco solar alado com duas serpentes, conforme visto no topo da frente da Estela de Ankh-af-na-khonsu. Em Thelema, é o autor do segundo capítulo de Liber Legis e uma divindade que representa o self mais interno de cada pessoa: “Na esfera sou em toda parte o centro”, “Eu sou a chama que queima em todo coração de homem, e no âmago de toda estrela”, “Eu sou o eixo da roda, e o cubo no círculo”.

Harpócrates: transliteração grega de Heru-pa-kraath, “Hórus criança”. É o Senhor do Silêncio, a divindade associada à quietude, segredo e confidencialidade. Em alguns textos thelêmicos, é considerado o gêmeo de Hórus.

Hathor: vide “Ahathoor”.

Hermes: emissário dos deuses gregos, a divindade associada aos viajantes, comerciantes, oradores e até mesmo gatunos. Ele era capaz de viajar livremente entre os mundos e conduzia as almas dos mortos para a pós vida. Equivalente ao Mercúrio dos romanos.

Heru-pa-kraath: vide “Harpócrates”.

Heru-ra-ha: divindade thelêmica formada pela união de Ra-Hoor-Khuit (Hórus) e Hoor-paar-kraat (Harpócrates), ou seja, respectivamente os aspectos ativo e passivo desta divindade.

Hoor: vide “Hórus”.

Hoor-paar-kraat [Hoor-pa-kraat]: vide “Harpócrates”.

Hoor-Ra: vide “Ra-Hoor-Khuit”.

Hórus: deus egípcio da realeza, da cura, da proteção do sol e do céu, filho de Ísis e Osíris. Em Thelema, é o Senhor do Novo Æon. Vide “Ra-Hoor-Khuit”.

Hrumachis: de acordo com Crowley, é o “sol que se põe”, anunciando o fim do Æon de Hórus e o início do Æon de Thmaist, uma deusa da justiça de aspecto dual, chamados Thmais e Thmait.

Iaco: o Senhor do Êxtase, uma das divindades adoradas nos Mistérios de Elêusis da Grécia antiga, porém de pouca relevância mitológica. Não confundir com Baco.

IAO: nome de uma divindade gnóstica; as vezes considerado como uma transliteração distante de יהוה (Javé/Jeová). IAO também é um acrônimo formado pelas iniciais de Isis, Apófis (Apep) e Osíris. Também pode ser considerado como a transliteração das iniciais de יהוה אלוה ודעת, o nome divino associado a Tiphareth na Árvore da Vida (a esfera do Sagrado Anjo Guardião).

Ipsissimus: palavra que em latim significa o superlativo de “si mesmo”, “o próprio”, algo como “o máximo si”. É o nome dado ao último grau da A∴A∴: 10=1. Ele “está completamente livre de toda e qualquer limitação, seja qual for, existindo na natureza de todas as coisas sem discriminações de quantidade ou qualidade entre elas”.

Isa: nome árabe de Jesus.

Ísis: deusa egípcia associada à cura e à maternidade. Na mitologia, era a irmã e esposa de Osíris, responsável por ressuscitá-lo. Em Thelema, é a senhora do primeiro Æon, a Era Matriarcal, onde “a Grande Obra era concebida como um assunto simples e direto”, o período pagão, de culto à natureza.

Ithuriel: nome de um anjo fictício do poema épico Paraíso Perdido de John Milton (1608-1674). Na estória, Ithuriel e Zephon são encarregados por Gabriel de encontrar Satanás, que estava à solta no Jardim do Éden. Ele é encontrado na forma de um sapo, tentando contaminar os pensamentos de Eva. Após ser golpeado com uma lança, ele volta à sua forma verdadeira e é expulso do jardim. O nome Ithuriel também aparece no clássico cabalista Pomar de Romãs de Moses ben Jacob Cordovero e em um pantáculo de Marte na Chave de Salomão, traduzido por S. L. MacGregor Mathers.

Jesus: pregador e líder religioso judeu considerado a figura central do Cristianismo. Crowley acreditava que aquilo que as igrejas praticavam não era o verdadeiro Cristianismo[1]. Ele escreve em suas Confissões: “Eu não odiava a Deus ou a Cristo, mas apenas o Deus e o Cristo das pessoas que eu odiava”. Em Thelema, Jesus é considerado mais uma das divindades associadas à morte e renascimento, característica central da fórmula obsoleta do Æon de Osíris.

Ka: era a essência vital para os antigos egípcios. A morte ocorria quando o Ka deixava o corpo.

Khabs: uma transliteração do egípcio antigo ꜣbs, “estrela”. Crowley afirma sobre o Khabs: “é a Luz secreta ou L.V.X.”; “a Luz secreta dentro do Coração”; “Esta ‘estrela’ ou ‘Luz Íntima’ é a essência original, individual e eterna”.

Khem: do egípcio antigo kmt, o nome para o Egito e o vale do Nilo.

Khephra [Kheph-Ra]: do egípcio ḫprj, “vindo a ser”, é o nome da divindade que representa o sol da manhã e o renascimento. Era representado como um escaravelho ou uma pessoa com cabeça de escaravelho. Em Thelema, simboliza o sol da meia-noite.

Khu: uma transliteração do egípcio antigo ꜣw, “miríades” ou “multitude”. Crowley explica que “Khu é a entidade mágica de uma pessoa”; “O Khu é a vestimenta mágica que [o indivíduo] tece para si mesmo, uma ‘forma’ para o seu Ser Além da Forma, através da qual ele pode ganhar experiência através da autoconsciência [...]. Este Khu é o primeiro véu, muito mais sutil que a mente ou o corpo, e mais verdadeiro; pois a sua forma simbólica depende da natureza da sua Estrela”.

Lilith: na mitologia judaica, seria o nome da primeira esposa de Adão, que teria se tornado um demônio após recusar submeter-se a ele.

Locusta: uma preparadora de venenos de Roma, que teria feito o veneno que matou o imperador romano Calígula (vide) e o filho dele, Britânico.

L.V.X.: do latim lūx, “luz”, “glória”, “esplendor”. As letras romanas LVX também têm o valor de 65, mesmo valor da palavra hebraica “Adonai” (vide). Embora assim estilizada, esta palavra não é um acrônimo. As formas geométricas das letras L.V.X. podem ser traçadas sobre uma cruz de braços iguais que representa Osíris assassinado (vide). L representa o sinal do luto de Ísis (vide), V representa o sinal de Apófis (vide Apep) e Tifão (vide), X representa o sinal de Osíris ressuscitado. L.V.X. também representa a luz da cruz, ou a rosa rubra que desabrocha na cruz dourada, ou seja, a Rosa-Cruz.

M.A.A.T.: do egípcio mꜣꜥt, “verdade” ou “justiça”. Ma’at era a deusa da justiça, representada como uma mulher com uma pena na cabeça ou um par de asas. No mito, ela era a responsável por pesar o coração dos mortos no Duat (vide), para decidir se iriam para o paraíso do submundo. Seu significado como um acrônimo é desconhecido.

Magister Templi [Magister]: latim para “mestre do templo”, é o nome do grau 8=3 da A∴A∴. “Seu principal trabalho é cuidar do seu ‘jardim’ de discípulos, e obter uma compreensão perfeita do Universo. Ele é um Mestre de Samādhi”.

Magus: termo em latim que significa “magista”. É o nome dado ao penúltimo grau da A∴A∴, 9=2. Nesta estrutura, ele “alcança a sabedoria, declara sua lei e é um Mestre de toda a Magia em seu sentido maior e mais elevado”. Magus também é o nome dado ao profeta ou líder religioso que é enviado em intervalos de muitas gerações para promover o progresso da humanidade, cada um destes emitindo uma nova Palavra (vide ΛΟΓΟΣ) como fórmula mágica daquele período. Cada Æon (vide) possui um Magus principal e outros que suportam esta mensagem.

Maim: nome da letra fenícia Mem , hebraica מ, arábica م, que teriam derivado do hieróglifo egípcio 𓈖, que representa a água.

Maomé: nome popular de Abū al-Qāsim Muḥammad ibn ʿAbd Allāh ibn ʿAbd al-Muṭṭalib ibn Hāshim (571-632), um líder religioso, político e militar árabe, autor do Alcorão e fundador do Islamismo.

Maria: mãe de Jesus (vide), que teria sido impregnada pela divindade e dado à luz ainda virgem.

Marsias: nome de um sátiro flautista da mitologia grega.

Mentu: do egípcio mntw (“nômade”), é o nome de uma divindade com cabeça de falcão que representava a vitalidade do faraó. Na mitologia, atacava os inimigos de Ma’at e as vezes se manifestava na forma de um touro branco.

Meru: nome de uma das montanhas que formam os himalaias.

Messalina: a terceira esposa do imperador romano Calígula (vide). Ela teria envenenado um cônsul por ter recusado transar com ela.

Mitilene: capital da ilha grega de Lesbos.

Mulher Escarlate: no Livro da Lei, Rose Edith Kelly, a então esposa de Crowley, foi identificada como a “Mulher Escarlate”. Mais tarde Crowley afirmaria que este é um título ocupado pela concubina d’A Besta (ou seja, dele próprio), desta forma, seus futuros interesses amorosos receberiam este cargo enquanto estivessem com ele. Vide “Babalon”.

Nerodha-Samapatti: grafia alternativa de Nirodha-samāpatti, do páli “consecução da extinção”. De acordo com o dicionário Oxford, “o sujeito permanece em um estado de animação suspensa em que é difícil detectar quaisquer sinais vitais”.

Neófito: do grego νέος φῠτόν, néos phutón, “nova planta”, é o nome do grau 1=10 da A∴A∴ e do 0=0 da Ordem Hermética da Aurora Dourada. Na A∴A∴, seu trabalho é “adquirir controle perfeito do Plano Astral”.

Nilo: o rio mais comprido da África, segundo maior do mundo atrás do Amazonas. A região que desemboca no mar mediterrâneo é uma área verde e fértil, contrastando com o deserto que o cerca. Para seu habitante, vide Apep, as vezes chamado de “a Serpente do Nilo”.

Ninfa: na mitologia grega, ninfas são personificações da natureza na forma de donzelas, atreladas a um local específico, como bosques, lagos, montanhas etc.

N.O.X.: do latim nox, “noite” ou “trevas”, um novo conceito thelêmico que estende a fórmula de L.V.X. (vide). As formas geométricas das letras N.O.X. podem ser traçadas em um ⨂, que é a primeira versão do símbolo que Crowley chamava de “a marca da Besta”. A ideia é que quando você se torna a estrela fonte de luz, o que resta ao seu redor é a noite de Pã (vide), o corpo de Nuit (vide), o Universo.

Nuit [Nu]: transliteração alternativa de Nut, do egípcio antigo nwt, “céu”. Nome da deusa que se curva cobrindo o topo da Estela de Ankh-af-na-khonsu. Em Thelema, é a autora do primeiro capítulo de Liber Legis e uma divindade que representa “o Espaço Infinito, e as Infinitas Estrelas dele”, “a circunferência de tudo”, a contraparte de Hadit.

OAI: vide “IAO”.

Obeah: uma forma de magia afro-jamaicana que teria as mesmas raízes africanas que o Candomblé, a Santeria e o Voodoo. Para Crowley, é “a magia da Luz Secreta com referência especial aos atos”. Vide Wanga.

Ofir: rica região mencionada na Bíblia, de onde o Rei Salomão recebia carregamentos de ouro, prata, joias e especiarias. Embora haja indícios de que esta região realmente existiu, ainda não se sabe onde ficava.

Olympas: flautista da mitologia grega, as vezes retratado como aluno de Marsias, as vezes como pai de Marsias.

Ompehda: em um comentário sobre o Livro da Lei, Crowley afirma que esta palavra “não seria uma onomatopeia fantasiosa demais para ‘uma explosão’”.

Ormasde: o deus do bem no zoroastrismo e na mitologia persa, em eterna luta contra seu irmão gêmeo maligno, Arimã.

Osíris: deus egípcio da agricultura, fertilidade, pós vida, morte e ressurreição. Foi assassinado por seu irmão Set e cortado em pedaços, que foram espalhados por todo o Egito. Sua esposa Ísis reuniu todas as partes do corpo, exceto o falo, que havia sido devorado por um peixe. Ela substituiu o falo por um substituto de madeira, e engravidou de seu filho Hórus, que vingaria a morte do pai. Em Thelema, é o senhor do Æon anterior ao de Hórus, caracterizado pelo teocentrismo, patriarcado e a fórmula do deus morto e renascido.

: do grego antigo παν, “universo” ou “tudo”, era a divindade grega dos pastores, rebanhos, regiões inabitadas e música rústica. Era retratado como um homem com chifres de bode e corpo de bode da cintura para baixo, sempre tocando sua flauta.

Perdurabo: latim para “perdurarei”. Este era o nome mágico de Aleister Crowley nos graus do colégio externo da Ordem Hermética da Aurora Dourada, 0=0 a 4=7, além do grau do portal.

Pertinax: pode se referir a Públio Hélvio Pertinax (126-193), um professor e militar, que foi imperador de Roma por apenas três mesas, até ser assassinado; ou também a Pertinax (?-187), que se converteu ao cristianismo após ter se convencido que sua doença havia sido curada por orações, tornando-se bispo de Bizâncio de 169 a 187.

Philæ: nome de uma ilha que ficava no rio Nilo, onde havia um complexo de templos. Para a construção da Represa de Assuão, os monumentos foram retirados e a ilha foi submersa pela água.

Philosophus: latim para “filósofo”, é o nome do grau 4=7 da A∴A∴ e da Ordem Hermética da Aurora Dourada. Na A∴A∴, “espera-se que complete seu treinamento moral. Ele é testado em Devoção à Ordem”.

Pirâmide: no Egito antigo, eram as construções que serviam de tumba para Faraós e seus ou suas consortes. Eram construídas ao oeste do Nilo, que era o ponto cardeal associado à morte e pós vida.

Pisacha: demônios comedores de carne da mitologia hindu e budista, que têm a habilidade de mudar de forma, tornarem-se invisíveis e possuírem os humanos.

Pitão: serpente mitológica grega, que vivia no centro da terra e teria sido morta pelo deus Apolo.

Practicus: latim para “prático” ou “ativo”, é o nome do grau 3=8 da A∴A∴ e da Ordem Hermética da Aurora Dourada. Na A∴A∴, “espera-se que complete seu treinamento intelectual, e em particular que estude a Cabala”.

Príapo: deus grego menor da fertilidade, protetor de rebanhos, árvores frutíferas, jardins e da genitália masculina. Era retratado com um pênis gigante e ereto.

Probacionista: nome do grau 0=0 da A∴A∴, “seu principal trabalho é começar as práticas de sua preferência e escrever um registro cuidadoso delas por um ano”.

Qadosh: transliteração do hebraico קדש, “tornar sagrado”.

Quibla: do árabe al-qībla, “direção”. É o local para onde os muçulmanos se voltam para suas orações, que seria a posição geográfica da Caaba (vide). No caso dos thelemitas, a Quibla é a Mansão Boleskine em Inverness, Escócia, próxima ao Lago Ness, latitude 57,266, longitude -4,477.

: deus sol dos egípcios, considerado uma das principais divindades, regente do céu, da terra e do submundo. Era retratado como uma pessoa com cabeça de falcão. De acordo com a lenda, Rá viajava diariamente em sua barca cruzando o céu até o Duat (vide), onde seria perseguido por Apep (vide), ressurgindo ao amanhecer. Na literatura thelêmica, é o deus associado ao sol do alvorecer.

Ra-Hoor-Khuit [Ra Hoor Khuit; Ra Hoor Khut; Ra-Hoor-Khu; Ra-Hoor-Khu-it; Ra-Hoor-Khut]: transliteração alternativa de Ra-Horakhty, um sincretismo dos deuses egípcios Rá (vide) e Hórus (vide). É retratado como uma pessoa com cabeça de falcão, a divindade proeminente na frente da Estela de Ankh-af-na-khonsu. É o autor do terceiro capítulo de Liber Legis, “um deus da Guerra e da Vingança”.

Santo Graal: objeto mágico das lendas arthurianas que teria o formato de uma taça, prato ou rocha e que teria o poder de curar todas as doenças ou conceder a juventude eterna. Em Thelema, geralmente se refere ao cálice com o sangue dos santos segurado por Babalon (vide).

Sat-Chit-Ananda: grafia alternativa de Saccidānanda, termo sânscrito composto pelas palavras sat (“ser”, “realidade” ou “existência”), cit (“consciente”) e ānanda (“alegria” ou “bem-aventurança”), ou seja, “bem-aventurança da consciência da realidade”.

Sátiro: criaturas da mitologia grega que possuíam orelhas e rabo de cavalo, retratadas com pênis ereto, companheiras do deus Dioniso. Perseguiam e estupravam ninfas e humanas.

Seb: grafia antiga e incorreta do nome do deus egípcio Geb, o “pai das serpentes”, aquele que permite que as plantações cresçam. Era retratado ora como uma pessoa, ora como uma serpente.

Sebek: do egípcio sbk, “impregnar”, era uma divindade com cabeça de crocodilo as vezes caracterizada por seu aspecto violento e animal (tal como o crocodilo do Nilo), ou como uma figura protetora e até mesmo curadora.

Shi-loh-am: grafia alternativa de Siloam, do hebraico שילעאם, “Siloé”, nome de um reservatório e torre de Jerusalém, mencionados na Bíblia. O Sono de Siloam é um método para indução de estado de transe.

Sileno: companheiro e tutor do deus grego do vinho, Dioniso, frequentemente caracterizado como um homem mais velho. Também é um nome usado para se referir aos Sátiros (vide).

Ta-Nech: uma sábia egípcia, mãe de Ankh-af-na-khonsu de acordo com a Estela da Revelação.

Tahuti: do egípcio ḏḥwtj, “aquele que é como a íbis”, é o deus da lua, sabedoria, conhecimento, escrita, ciência, magia, arte, dentre outros. Era retratado como uma pessoa com cabeça de íbis. Similar ao Hermes grego.

Tebas: nome de uma cidade do Egito Antigo, próxima à atual Luxor, que durante um tempo foi a capital do Império Novo. Também foi  o nome de uma cidade-estado grega.

Terminus: deus romano protetor dos marcos de fronteira, caracterizado como um busto sobre um marco.

Than: possivelmente uma abreviação de Tânato, o deus grego da morte pacífica.

Thebai: vide “Tebas”.

Thelema: transliteração do grego Θελημα, “vontade”. É o nome da Lei dada pelo autor de Liber Legis: “Faz o que tu queres”. Para uma explicação completa, consulte a Introdução do presente volume.

Theli: transliteração do hebraico תלי, nome de um ser celestial mencionado no Sepher Yetzirah que circunda o universo e possui a forma de um dragão.

Tifão: um gigante da mitologia grega, filho de Gaia com Tártaro. Era a personificação dos terremotos. É equiparado a Set na mitologia egípcia, o assassino de Osíris.

Titã: raça de divindades gregas filhos de Urano e Gaia, que precedem os deuses do Olimpo.

Tum: transliteração alternativa de Atum, do egípcio antigo tm, “completar” ou “estar completo”. Era a divindade primordial na mitologia egípcia, da qual todos os outros deuses surgiam. Na literatura thelêmica, é o deus associado ao sol que se põe.

Urano: um dos deuses gregos primordiais, que regia o céu. Teve muitos filhos com a deusa terra Gaia, que eram aprisionados. Ela forjou uma foice com a qual seu filho Cronos cortaria seus testículos e os lançaria ao mar.

Uræus: também chamada Ureu, é o nome do adereço para a cabeça em forma de serpente utilizado por faraós e por algumas divindades egípcias.

V.V.V.V.V.: acrônimo formado pelas palavras latinas Vi Veri Universum Vivus Vici, “pela força da verdade conquistei o universo enquanto vivo”. É o nome mágico que Aleister Crowley assumiu no grau de Magister Templi 8=3. Em alguns manuscritos de 1906 a 1909, aparentemente Crowley parece se referir a V.V.V.V.V. como uma entidade ou consciência alheia à dele. Crowley também o descreve como o Chefe da A∴A∴, que é “a própria Luz do Mundo, [...] o Ungido na Luz, o único professor para a raça humana, o Caminho, a Verdade e a Vida”. É creditado como o autor dos Livros Sagrados de Thelema recebidos em 1907.

Wanga: uma das práticas mágicas do Voodoo que envolve o uso de talismãs, similar ao patuá do Candomblé. Para Crowley, “é a correspondência verbal ou mental” da “magia da Luz Secreta”. Vide Obeah.

Yama: nome do deus da morte no hinduísmo, e do rei do inferno no budismo.

Yantra: do sânscrito यन्त्र, “instrumento”, é um diagrama geométrico utilizado para meditação.

Zelator:  latim para “pessoa zelosa”, é o nome do grau 2=9 da A∴A∴ e do 1=10 da Ordem Hermética da Aurora Dourada. Na A∴A∴, “seu trabalho principal é alcançar sucesso completo em Āsana e Prāṇāyāma. Ele também começa a estudar a fórmula da Rosa Cruz”.

ΛΟΓΟΣ: [logos] palavra grega que pode significar “palavra”, “discurso”, “fala” etc. amplamente utilizada na filosofia e religião. É o termo original utilizado para “verbo” na frase “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus” (João 1:1).

Θελημα: vide “Thelema”.

οὔ μή: nome mágico de Aleister Crowley no grau de Adeptus Exemptus 7=4 da A∴A∴. Também foi o nome utilizado por ele quando assinou, retroativamente, todos os juramentos do colégio externo da A∴A∴. Seu significado é uma dupla negativa. De acordo com D. B. Monro, “O uso geral de οὐ é negar a predicação à qual está anexado (enquanto μή proíbe ou reprova). Em alguns casos, entretanto, οὐ não apenas nega o verbo, mas expressa o significado oposto.”.

קדש: vide “Qadosh”.

צ: letra do alfabeto hebraico que nos antigos baralhos de Tarô era associada à carta “A Estrela”, mas que na reformulação de Crowley é associada à carta “O Imperador”. Este mistério é explicado em detalhes em seu O Livro de Thoth.


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[1] Marcelo Ramos Motta, famoso thelemita brasileiro, cunhou o termo “cristismo” para distinguir a religião das massas do verdadeiro Cristianismo.